Cismas

Não sei porque sou triste quando escuto o badalar da Ave-Maria! Pode bem ser o coração chorando, pois quase sempre o coração varia!... São as saudades vivas do passado ante os meus pobres olhos a girar, nas horas em que fico meditando e escuto os velhos sinos a tocar... Medito sempre à hora em que o sol-pôsto vai se escondendo por detrás do mar, até que a lua - algente flor de agosto - com sua brandura venha me acordar. Todos os dias vem-me esta tristeza sempre que escuto os sinos soluçando... É a voz do campanário com certeza, no sino do meu peito repicando... Realengo - RJ, 1929.